terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mumunhas

Eu, que tinha tudo para ser feliz, estou aqui remendando meu coração por conta de alguém que fez do seu amor uma navalha.
Eu, que era forte e sadio, hoje tusso pela casa, cuspindo sangue e mágoa por um amor de doença terminal.
Eu, que era são e jovem, me entreguei a solidão e deixei a realidade de lado, porque vivê-la me dói.
Eu, que entreguei meus planos na mão de um destino sádico, peço a um deus pérfido, clemência e misericórdia, crendo na infinita bondade de quem só tem egoísmo derramando do peito.
Eu, que já não era ninguém, valho muito menos do que se possa valer o medo para quem não tem coração.
Mas antes, muito antes, que termine a vida, ainda me vejo sentindo novamente uma alegria pura.

2 comentários:

  1. Taí uma coisa que eu quero sentir novamente: uma alegria pura.

    Eu, que tive a felicidade e deixei ir embora.

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